PENSAMENTOS
Kant tinha razão contra Hume ao afirmar que este, se fosse coerente, deveria negar também o conhecimento matemático, já que a matemática pressupõe, tanto uma fundação objectiva como as “intuições” gerais de tempo e espaço. Já a questão do carácter a priori do tempo e espaço e a negação da sua objectividade (a contrapelo da teoria da unidade/identidade da matéria, energia, tempo e espaço) é uma outra questão. Aqui, o idealismo kantiano mostra a sua inconsistência. Mas a crítica a Hume é certeira.
O apriorismo kantiano consegue, de um modo idealista, apreender o facto de as categorias não serem produto da experiência individual. Mas o que é a priori em relação aos indivíduos, pode não sê-lo em relação à razão e à humanidade em geral.
O critério falsificacionista de Popper é um critério extrínseco, não apreende a dinâmica do desenvolvimento da ciência e do conhecimento em geral.
Imaginemos a seguinte situação: um homem diz que é forte. Se um outro homem, fraco, o derrubar, isto pode provar que ou ele estava a mentir, ou que o homem fraco não era na realidade fraco ou que, por alguma razão não prevista, o homem fraco conseguiu, num determinado momento, derrubar um homem forte. Não é unívoco que fique provado que o homem mentia ao dizer que era forte. Mas, mesmo no caso de ficar provado que o homem mentira ao dizer que era forte, isto não significa que os homens se tornam fortes propondo que os outros lutem com eles e resistindo às tentativas de derrube.
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a felicidade reside na coerência. E a coerência não é um apenas um estado de espírito, é a própria vida, é o pensar e o agir na sua totalidade.
Kant devia ter razão ao afirmar que a matemática não era puramente dedutiva, analítica. A matemática tem também conteúdo empírico, ou seja, o espaço e o tempo.
Jyoti Gomes
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